sábado, março 03, 2018

Turbulência nos Correios

Temos assistido a inúmeras reportagens sobre os Correios, notadamente sobre as deficiências na entrega de mercadorias e cartas.

A posição dos sindicatos da categoria, e mais especificamente do Sintect SP, que abrange a região mais intensa em termos de fluxo postal, é de que há um ENORME DÉFICIT DE FUNCIONÁRIOS.

A direção da Ect não quer admitir esse déficit e também diz não pretender contratar.

Então há aqui um dilema, que rumo os Correios poderão tomar?

Existe a proposta dos funcionários e suas representações, e da frente parlamentar em defesa dos Correios como empresa pública. 

Essa posição reitera a necessidade de se aperfeiçoar, de contratar mais funcionários, há também um projeto de lei, que obrigaria todo órgão público da esfera federal a contratar exclusivamente os serviços dos Correios.

Essa visão aposta na empresa estatal, para atender TODA POPULAÇÃO, mesmo aquela que se encontra em locais de difícil acesso, ou de complicado acesso, e que não se torna lucrativo.

Há outra visão, a do universo político neo liberal, que domina o poder no momento, que pretende entregar toda atividade LUCRATIVA do estado às mãos de empresários, que obviamente fazem pressão para que isto aconteça.

O problema nesta última visão é que empresários somente se interessam pelo que DÁ LUCRO, e desprezam o que possa representar prejuízo. Invariavelmente querem empurrar isto para o governo, em última instância para o bolso do contribuinte.

A última alteração na lei das estatais impede a indicação política em empresas do governo, mas o temer deu um "jeito" de driblar e indicou "mais um". 

Isto é que tem sido o grande dano, ao desenvolvimento dos Correios.

Hoje a estatal atende com precariedade à população, há contratos duvidosos envolvendo soma astronômica, como um deles na ordem de 850 milhões de Reais, já divulgada na imprensa.

Então parece não haver interesse em melhorar e aprimorar a empresa pública.

E ao invés de contratar, promovem planos de demissão voluntária.  Ao contrário de promover o emprego entre a população, o governo parece interessado em DESEMPREGAR, e entregar ao setor privado, para enxugar ainda mais e precarizar. 

Como já fazem as operadoras de telefonia celular: só funciona onde intere$$a.

E AGORA A CEREJA DO BOLO DA DESTRUIÇÃO:

A direção pretende através do TST, aprovar cobrança do plano de saúde. Um setor na empresa que foi privatizado, e é comandado por uma operadora terceirizada, que também vem servindo como cabide de  emprego, fato também já divulgado na imprensa.

Com salários defasados, e abaixo do mercado, em média inferiores a dois salários mínimos, a categoria deve se movimentar contra essa medida.

Antes esse serviço era coordenado pelo RH da empresa. Representações dos funcionários querem o fim da terceirização nesse setor.

O serviços de consultoria contratado a peso de ouro, e que tudo indica, com resultado já premeditado, vem orientando a direção a "enxugar" ainda mais o número de agências dos Correios.  

Óbvio com o objetivo de entregar essa lucrativa participação à empresários.

Correios são o tipo de serviço que não devem objetivar SOMENTE O LUCRO, devem atender a todo país, COMO FOCO DE DESENVOLVIMENTO E EMPREGABILIDADE. 

TODO BRASILEIRO TEM O DIREITO DE SER ATENDIDO PELO SERVIÇO POSTAL DE SEU PAÍS.

Mas isto não vai acontecer com essa precariedade e essa pretensão de deteriorar os serviços prestados.

O Brasil precisa dos Correios como serviço PÚBLICO ESTATAL E DE QUALIDADE, e os funcionários vão se mobilizar para assegurar esse direito, e proteger o emprego, que este governo pretende transformar em miséria. 

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