Flotação: um ano sem resultados
Adriana Ferraz Do Diário do Grande ABC: governo iniciou, há exato um ano, testes de flotação nas águas do Rio Pinheiros para reversão de 10 m³ por segundo para a Represa Billings. O projeto tem por objetivo aumentar a capacidade de geração de energia elétrica na Usina Henry Borden e, segundo a Secretaria de Saneamento e Energia do Estado, elevar o volume d'água do reservatório, visando melhorias no abastecimento público. Até agora, porém, não há resultados definitivos que atestem a qualidade do processo e justifiquem o investimento estadual de R$ 24 milhões.O acordo firmado entre Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) e Ministério Público, para a viabilização dos testes e formulação do EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental), prevê que, se a qualidade da água for comprometida, o sistema será imediatamente paralisado. A ordem, por enquanto, não foi dada pelo promotor estadual do Meio Ambiente, José Eduardo Lutti.A Emae, por sua vez, garante que as amostras preliminares são positivas. 'As análises mostram que a flotação gera melhora na qualidade da água da Billings. Os pesquisadores ainda não detectaram grandes quantidades de metais pesados no volume flotado. Os parâmetros estão sendo atingidos, pelo menos de forma preliminar. Temos de ser cautelosos', afirmou o gerente de departamento de engenharia responsável pela flotação, Fernando José Moliterno.A Promotoria adota a mesma postura cuidadosa, mas arrisca um palpite. 'Ao que tudo indica, existe a possibilidade de o projeto ser aprovado. Algumas mudanças, porém, devem ser providenciadas para o aprimoramento do sistema. Ao contrário do que se imaginou, as amostras revelam que a retirada de fósforo e nitrogênio tem acontecido. Os testes de turbidez também apontam melhoras, com água transparente em determinados pontos', disse Lutti.Prazo - O período de testes será estendido até 31 de dezembro. O governo justifica a ampliação do prazo - ano passado, a estimativa era terminar em seis meses - com as dificuldades enfrentadas no início dos trabalhos. Os equipamentos usados na flotação ficaram parados de 2003, quando foram montados, até 2007.'Demoramos dois meses para ajustar tudo. Somente em outubro que conseguimos começar a bombear água para a represa. Logo depois, porém, o período de chuvas causou novas interrupções. A partir de fevereiro, a situação melhorou e pudemos avançar com continuidade', contou o engenheiro Moliterno.Apesar das previsões otimistas, o governo estuda fazer alterações no sistema. Uma delas prevê equilibrar a injeção de produtos químicos na água, usando menos quantidade em locais aonde o rio é raso, por exemplo, para não afetar demais o ecossistema. A segunda está relacionada ao lodo gerado pelo processo. Se aprovado, o tratamento deve ser finalizado com a retirada mecânica do produto. Hoje, o serviço é feito manualmente.
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